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19 de abr. de 2012


O TEMPO



Sim a música tocava o tempo todo e ela lembrava lembrava lembrava.
Poxa! Era bom lembrar!
De repente tinha a chuva fina que molhava seus cabelos e ela corria sorrindo, de mãos dadas atravessavam a rua, de mãos dadas chegaram tarde da noite em casa, de mãos dadas despediram-se no último final de semana. Hoje,quando olha suas mãos lembra-se de seu amigo, lembra-se do gosto do cachorro quente e lembra-se das vezes que sorria sem motivo. E tudo era tão bom. Sim, era tão bom.
As mãos hoje têm tantas marcas. Nelas, encontra o cheiro das mãos dele. Vai à janela, ver as crianças correndo pelo jardim e cada gesto é tão familiar; O sorvete, a pipoca o jogo de pega, tudo é tão maravilhoso.
Onde será que está meu amigo agora? Gostaria muito de tocar suas mãos, correr mais uma vez pela rua sem pressa de chegar a casa e juntos observar o sol se por. Se eu pudesse olhar seus olhos mais uma vez, escutar aquele riso, se eu pudesse cantar junto com Ele nossas canções. Essa música, essa que toca agora, me leva pra junto daqueles dias. Vem, escuta comigo, ver se consegue sentir o cheiro do meu passado nessa doce canção. Cada um de nós, cada um, sentimos um cheiro quando nos lembramos do passado, e a música , faz com que nossa vida de repente der uma volta. Feche os olhos agora, e imagine todos os momentos felizes, sinta o cheiro da sua felicidade e aceite, diga para si que a vida é linda.
Ela, agora pega em seus dedos, dar um sorriso, os olhos brilham mostrando que nada passou. Está ali,viva. Sim viva, e é isso o que importa. Ainda se pode fazer muito e ela ainda pode sentir as gotas da chuva fina em seu corpo, pode escutar suas canções, pode abraçar seus queridos e mesmo sem seu velho amigo por perto, ainda pode sentir o toque de suas mãos nas suas. Devagar vai ao espelho sorrir como se estivesse fazendo isso pela primeira vez. Declama o poema que escreveu em uma noite que achou que não teria dia.

Sou apenas uma mulher
Como tantas outras
Sim, sou apenas uma mulher.
Trago comigo sonhos e desejos
Dores e desamores
Amores e desilusão
Trago comigo segredos
Nem sempre o que falo é o que eu queria
Nem o que sinto o que gostaria de sentir
Às vezes sou tão forte
Pinto meu nome numa águia que voa
Às vezes sou frágil que nem uma flor
Já fiz e refiz castelos
Já chorei e sorri de emoção
Já fingi nada sentir
Já amei mais do que acharia que pudesse
Talvez hoje eu pudesse parar de cantar um canto
Deitar e dormir simples e por muito tempo
Sim. Eu poderia!
Mas não quero.
Sou dona das minhas canções
Sigo e escolho o caminho que devo pisar
Nessa estrada sei que ainda tenho muito a fazer
Sei que ainda vou sonhar gritar e amar, amar perdidamente.
Mesmo que venham tempestades
Mesmo que eu me cerque de espinhos
Mesmo que às vezes me perca no caminho
Vou seguir e lutar
Chorando sorrindo
Perdendo ganhando
Vivendo amando
Sonhando tentando
Porque eu escolho viver e ser feliz!


A noite está chegando calmamente o sol despede-se e observa a chegada da lua, a mesma que em tantas noites sorriu para ela. Com as mãos entrelaçadas , fica com um sorriso despercebido como se conversasse calmamente com o tempo, como se dissesse ao tempo que ainda há tempo , sempre há tempo para recomeçar. E decidiu ficar acordada e indagar o tempo e suas lembranças. O tempo e a saudade.

10 de abr. de 2012


Ela é a mulher que adora andar descalça na rua, porém
dentro de casa precisa do chão limpo.
Será que isso quer dizer algo?
Não tem tantas recordações do passado.
Enterra tudo de uma maneira bem simples.
Apaixona-se e desapaixona-se instantaneamente.
Basta uma pequena ação pra tudo ruir.
Constrói em pessoas uma imagem que talvez não seja delas,
Mas é quase inevitável.
Ainda não descobriu a fórmula pra deixar de fazer isso.
Escreve desde muito nova, mas não vê encanto nem novidade nas suas palavras.
Acha que tudo já foi dito por alguém.
Não acredita nas pessoas. Só em algumas. Não consegue evitar.
Dança sozinha, viaja e sonha nas músicas e poesias e acha que não tem nada mais belo no mundo.
Não fala difícil, aliás, não se impressiona com quem o faz, usa o simples pra se definir, embora seja complicada demais.  Às vezes nem tanto.
Não usa maquiagem, mas sabe que fica bem melhor com os olhos pintados de preto, sabe da sensualidade de seus ombros,  não admite. Mas adora exibi-los.
Aliás, ela se exibe, mas pra poucos.
Não tem medo de mudanças, mesmo que demore pra fazê-las acontecerem.
Brinca com os cabelos,corta, pois não tem pena de deixá-los ir embora.
Não tem medo de nada. Só de abismos. Mesmo adorando se jogar.
Tumultua as coisas mais simples, vê coisas onde não existe, talvez por ter a imaginação fértil demais. Poderia ser uma “Contadora de Histórias”. De tanto que sua imaginação dá voltas.
Já foi Luiza, Alice, Julieta, a sensual, a sexy e a romântica. Hoje é ela. Ainda não descobriu um nome pra sua personagem principal. Talvez o nome dessa vez seja o verdadeiro.
Mas como descobrir?
Dessa vez é a mulher sem ilusões, mas nunca sem sonhos.
Ela não gosta de flores, ai de alguém se mandá-las.
Não consegue disfarçar a cara de descontentamento...
Prefere apreciá-las em um jardim.
Não suporta sentir dor, se entope de remédios ao menor vestígio dela.
Talvez por isso nunca tenha feito uma tatuagem. Medo da dor. Medo não, pavor!
Mas ela sabe que assim que tiver coragem e fizer a primeira não vai conseguir parar, pois ela é assim, compulsiva! Compulsiva por café, compulsiva por doce, compulsiva por abraço e beijo na boca. Compulsiva por sexo. Não, não é mentira. Deve ser culpa dos astros, como diz uma amiga. Gosta do cheiro da pele, não precisa ter perfume. Gosta da boca com gosto de bebida, não muita. Embora não beba...
Vive triste, isso é normal, mas quem a vê pensa que tem uma alegria contagiante. Sim ela faz as pessoas felizes, mas poucos sabem que a alma dela é bem triste. Talvez seja isso que a faça escrever.
Não quer mudar, não vai mudar, pra ela o mundo pode ter salvação, mas ela não. Como disse certa vez um de seus poetas preferidos, Cazuza.

Exageradamente exagerada, não se contém, assusta as pessoas, assusta os homens, sempre assustou com sua mania de posse, mas sempre que algum quis embora, não os deteve.
“vai, se for mesmo meu, volta”
Alguns voltaram, outros não.
Alguns querem voltar, mas a sua mania de enjoar das coisas e das pessoas não permite.
Impossível manter um diálogo com alguém que não goste, mas com aqueles que ama, pode ficar muito tempo junto, e muitas vezes sem nada falar.
Mas ela teima em se esconder, se esconde, se cala, vive num mundo paralelo, o mundo das palavras. E muitas vezes não precisa de ninguém, nem de si própria.
Observa todos, mas se chega a poucos, imagina vozes e vidas...

Onde ela vive?
O que ela faz?
Se pinta, se borra, se beija, se odeia, se ama, tenta, se cansa, desiste, levanta.
Só quem a conhece pode saber.
Ah, e mais uma vez ela ama, e ama, e ama...
Talvez até amanhã, ou até daqui a pouco, ou pra sempre, ou por alguns segundos apenas.
Nunca se sabe.
Ela é exageradamente exagerada e efêmera.
Passa pela própria vida. Passa pela sua vida.
Presta atenção, ela pode nunca mais voltar...

 E a poesia? Onde está?

Nem sempre é poesia, as vezes ela,  é só ELA.



 Fernanda Guiterio