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4 de dez. de 2015



04/12
Salve Iansã, Orixá dos ventos. Rainha das tempestades.
Mãe que afugenta para bem longe os que nos querem fazer mal.
Deusa guerreira e corajosa, que defende seus filhos com a espada
de cobre.
Mãe da alegria e do bom viver, que teus ventos abra meus
Caminhos, encoraje minha Alma e alegre meu coração.
Ê PARREI OYÁ!

26 de nov. de 2015


Um, dois, três e quatro,
Dobro a perna e dou um salto,
Viro e me viro ao revés
e se eu caio conto até dez.

Depois, essa lenga-lenga
Toda recomeça.
Puxa vida, ora essa!
Vivo na ponta dos pés.

Quando sou criança
Viro orgulho da família:
Giro em meia ponta
Sobre minha sapatilha.

Quando sou brinquedo
Me dão corda sem parar.
Se a corda não acaba
Eu não paro de dançar.

Sem querer esnobar
Sei bem fazer um grand écart.
E pra um bom salto acontecer
Me abaixo num demi plié.

Sinto de repente
Uma sensação de orgulho
Se ao contrário de um mergulho
Pulo no ar num gran jeté.

Quando estou num palco
Entre luzes a brilhar,
Eu me sinto um pássaro
A voar, voar, voar.

Toda bailarina pela vida vai levar
Sua doce sina de dançar, dançar, dançar...
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28 de fev. de 2014



DEPOIS DOS 40

Fabrício Carpinejar

Depois dos 40 anos, o pensamento feminino muda, desembaraça. 

O sexo não é mais performance, exaustão, é fazer o que se gosta e do jeito que gosta. É aproveitar dez minutos com a intensidade de uma noite inteira, é reconhecer o rosto do próprio desejo no primeiro suspiro, é optar pela submissão por puro prazer, sem entrar na neurose da disputa ou do controle.

A mulher de 40 não diminui o ritmo da intimidade. Pode ler um livro com a intensidade de uma transa. Pode assistir um filme com a intensidade de uma transa. Pode conversar com a intensidade de uma transa. Ela não tem um momento para a sensualidade, a sensualidade é todo momento.

Tomar o café da manhã não é apenas um desjejum, tem a sua identidade, o seu ritual, um refinamento da história de seus sabores. Tomar o café da manhã com uma mulher de 40 anos é participar de sua memória, de suas escolhas.

Ela não precisa mais provar nada. Já sofreu separações, e tem consciência de que suporta o sofrimento. Já superou dissidências familiares, e tem consciência de que a oposição é provisória. Já recebeu fora, deu fora, entende que o amor é pontualidade e que não deve decidir pelo outro ou amar pelos dois.

A mulher de 40 anos, cansada das aparências, cometerá excessos perfeitos. É mais louca do que a loucura porque não se recrimina de véspera. É ainda mais sábia do que a sabedoria porque não guarda culpa para o dia seguinte.

A beleza se torna também um estado de espírito, um brilho nos olhos, o temperamento. A beleza é resultado da elegância das ideias, não somente do corpo e dos traços físicos.

Encontrou a suavidade dentro da serenidade. A suavidade que é segurança apaixonada, confiança curiosa.

O riso não é mais bobo, mas atento e misterioso, demonstrando a glória de estar inteira para acolher a alegria improvisada, longe da idealização, dentro das possibilidades.

Não existe roteiro a ser cumprido, mapa de intenções e requisitos.

Há a leveza de não explicar mais a vida. A leveza de perguntar para se descobrir diferente, em vez de questionar para confirmar expectativas.

Ser tia ou mãe, ser solteira ou casada não cria angústia. Os papéis sociais foram queimados com os rascunhos.

A mulher de 40 é a felicidade de não ter sido. É a felicidade daquilo que deixou para trás, daquilo que negou, daquilo que viu que era dispensável, daquilo que percebeu que não trazia esperança.

Seu charme vai decorrer mais da sensibilidade do que de suas roupas. O que ilumina sua pele é o amor a si, sua educação, sua expressividade ao falar.

A beleza está acrescida de caráter. Do destemor que enfrenta os problemas, da facilidade que sai da crise.

A beleza é vaidosa da linguagem, do bom humor. A beleza é vaidosa da inteligência, da gentileza.

Depois dos 40 anos não há depois, é tudo agora.

Publicado na Revista Isto É Gente
Março de 2014 p. 50

27 de jan. de 2014


Woman sitting on jetty Fotografia livre de royalty

Lá está ela,

mais uma vez.

Não sei, 

não vou saber,

não dá pra entender como

ela não se cansa disso.

Sabe que tudo acontece como um jogo,

se é de azar ou de sorte,

não dá para prever.

Ou melhor,

até se pode prever,

mas ela dispensa.

Acredito que essa moça,

no fundo gosta dessas coisas.

De se apaixonar,

de se jogar num rio onde ela

não sabe se consegue nadar.

Ela não desiste e leva bóias.

E se ela se afogar,

se recupera.

Estranho è que ela já apanhou demais da vida.

Essa moça tem relacionamentos estranhos,

acho que ela está condicionada

a ser uma pessoa substituta.

E quem não é?

A gente sempre acha que

é especial na vida de alguém,

mas o que te garante que você

não está somente servindo pra tapar buracos,

servindo de curativo pras feridas antigas?

A moça!

Ela muito amou, ama, amará,

e muito se machuca também.

Porque amar também é isso, não?

Dar o seu melhor pra curar

outra pessoa de todos os golpes,

até que ela fique bem e te deixe para trás,

fraco e sangrando.

Daí você espera por alguém que venha te curar.

Às vezes esse alguém aparece,

outras vezes não.

E para ela?

Por quem ela espera?

E assim, aos poucos,

ela se esquece dos socos,

pontapés,

golpes baixos que a vida lhe deu,

lhe dará.

A moça que não era Capitu,

mas também têm olhos de ressaca

levanta e segue em frente.

Não por ser forte,


e sim pelo contrário.

Por saber que é fraca o bastante

para não conseguir ter ódio no seu coração,

na sua alma,

na sua essência.

E ama,

sabendo que vai chorar muitas vezes ainda.

Afinal,

foi chorando que ela,

você e todos os outros,

vieram ao mundo.

- Caio F. Abreu

( Quem mais )

19 de mar. de 2013

(…) Uma mulher não perdoa uma única coisa no homem: que ele não ame com coragem. Pode ter os maiores defeitos, atrasar-se para os compromissos, jogar futebol no sábado com os amigos, soltar gargalhada de hiena, pentear-se com franjinha, ter pêlos nas costas e no pescoço, usar palito de dente, trocar os talheres de um momento para outro. Qualquer coisa é admitida, menos que não ame com coragem. Amar com coragem não é viver com coragem. É bem mais do que estar aí. Amar com coragem não é questão de estilo, de gosto, de opinião. Não se adquire com a família, surge de uma decisão solitária. Amar com coragem é caráter. Vem de uma obstinação que supera a lealdade. Vem de uma incompetência de ser diferente. Amar para valer, para dar torcicolo. Não encontrar uma desculpa ou um pretexto para se adaptar, para fugir, para não nadar até o começo do corpo. Não usar atenuantes como “estou confuso”. Não se diminuir com a insegurança, mas se aumentar com a insegurança. Não se retrair perante os pais. Não desmarcar um amor pela amizade. Não esquecer de comentar pelo receio de ser incompreendido. Não esquecer de repetir pela ânsia da claridade. Amar como se não houvesse tempo de amar. Amar esquisito, de lado, ainda amar. Amar atrasado, com a respiração antecipando o beijo. Amar com fúria, com o recalque de não ter sido assim antes. Amar decidido, obcecado, como quem troca de identidade e parte a um longo exílio. Amar como quem volta de um longo exílio. (…) Amar com coragem, só isso.
Carpinejar

20 de jul. de 2012

Soneto do Amigo

Vaine Darde

Amigo é ser irmão sem ser parente,
seguindo pela vida a mesma trilha,
e, mesmo, sem ter laços de família
amar só pelo amor que a gente sente.

Amigo chega sempre de repente
pra ser o nosso oásis, nossa ilha...
E, mesmo, quando vive a muitas milhas,
distante, ainda assim, está presente.

Amigo joga flores sobre espinhos,
retira as pedras soltas no caminho 
tornando nossa estrada reluzente.

É o anjo que Deus pôs ao nosso lado,
amor maior, mais puro e dedicado,
amigo é ser irmão sem ser parente.

18 de jun. de 2012



Desassossegos

Vaine Darde

Meus desassossegos sentam na varanda
pra matear saudade nesta solidão,
cada pôr- de- sol dói feito uma brasa
queimando lembranças no meu coração.

Vem a noite aos poucos alumiar o rancho
com estrelas frias que se vão depois.
Nada é mais triste, neste mundo louco,
que matear com a ausência de quem já se foi.

Que desgosto o mate cevado de mágoas,
pra quem não se basta pra viver tão só.
A insônia no catre vara a madrugada
neste fim de mundo que nem Deus tem dó.

Meus desassossegos sentam na varanda
pra matear saudade nesta solidão,
cada pôr- de- sol dói feito uma brasa
queimando lembranças no meu coração.

Então me pergunto, neste desatino,
se este é meu destino ou Deus se enganou?
Todo desencanto para um só campeiro
que de tanto amor se desconsolou


 
LOUCA
Vaine Darde
 Tamanho da fonte 
Louca?
Por que será que sou louca?
Será porque ando lendo
Tantas sílabas de lua
nos versos dos pirilampos,
que dicifro pelos campos
pra ser trova em minha boca?

Ou, nas noites de verão
bordo luar no vestido,
ponho estrelas nos cabelos,
em estranhas atitudes...
Ao banhar-me de poesia
no céu que fica invertido
cintilando refletido
nos espelhos dos açudes?

Louca?
Por que será que sou louca?
Será porque me interno
num mundo de fantasia
entre o horizonte e o galpão?
ou, pelas manhãs de inverno,
sou a noiva abandonada
arrastando nas canhadas,
o seu véu de cerração?

Ou porque quando amanhece
Abro os olhos e a cancela
pra deixar entrar o sol...
E enquanto a manhã se cora
me emolduro na janela
sorvendo a luz da aurora
num mate cevado a gosto
com jujo do arrebol?

Louca?
Por que será que sou louca?
Porque envolta em lonjuras
deliro com a ternura
da primavera rural?
Ou porque, quando me encanto,
adormeço ouvindo o vento
declamar no cata vento
estrofes de temporal?

Talvez seja pelo fato
de povoar a solidão
com lembranças de alguém...
Ou de andar gastando a vida
sendo a moça prometida
desse moço que não vem...
Por bordar um enxoval
com lágrimas e esperança
ou enxergar com alma
o que os olhos não vêem...

Eu até posso ser louca
por ter crises de ternura
quando tantas criaturas
declinaram de seus sonhos
e só vivem por metade
por achar que a realidade
só transita no visível...
Pois há muito me disponho
a encantar os infortúnios
vivenciando os plenilúnios,
sobre as flores dos lençóis,
nos meus sonhos de menina
quando a lua se ilumina
pra acordar os girassóis

Louca?
Será que me dizem louca
pelo doce desespero
de perseguir o cincerro
que bate no coração?
Ou nunca fechar a porta
a esperar quem não volta
com arco-íris nos olhos
e margaridas nas mãos?

Ah, o amor é um luzeiro
que toda vez que alumbra
traz o céu para a penumbra
pondo estrelas no candeeiro.
É encontro e desencontro
numa ausência tão presente
que faz a vida da gente
viver na vida do outro.
Estabelece critérios
e tira a gente do sério
por seguir o coração...
É transpor o concebido
ao encontar um sentido
para perder a razão.

Não sei se perdi o tino
ou se foi que me encantei
de amor em desvario?
Só sei que nas noites claras
a loucura me ampara
e vejo o que ninguém viu:
enquanto o céu chove estrelas
a lua dança no rio...

Pode ser que eu seja louca
mas tenho cá minhas causas...
A vida é bela e tão pouca
pra viver presa “nas casa”.
Pois quando ando no campo
e vou além da porteira,
o meu olhar com goteiras
se acende de pirilampos...

Louca?
Concordo que seja louca
porque invento quimeras
na crença dessas esperas
que chegam ao sol se pôr...
Porém prefiro sofrer
desta loucura sadia
que encanta de poesia
e enche o mundo de cor,
do que passar pelos dias
sem conhecer a magia
que enlouquece de amor!